O espelho

Camila se arrumava para mais um sábado em seu clube predileto no centro da cidade. Se olhou no espelho. Os cabelos castanhos e lisos brilhavam na blusa branca que destacava o decote e a pele rosada. Seus olhos verdes estavam fortemente maquiados e sua boca sobressaia com um batom vermelho. Chegou na casa lotada. As luzes da pista brilhavam intensamente. Foi para o bar e reparou em um rapaz bonito que a olhava. Seus olhos eram negros e sua expressão tensa. Pegou uma vodka e foi dançar. Cansada foi para o banheiro que estava vazio. Enquanto lavava as mãos olhou para o grande espelho. E então viu. A boate cheia, o sangue, as pessoas caindo, gritos e pavor. Olhou novamente para o espelho e viu que sua imagem refletida mudara. Ela ria para si própria. Seu olhos brilhavam e de sua boca sangue escorria para a blusa branca.

Saiu correndo do banheiro, assustada com o vira. Enquando corria pelo clube, o rapaz a pegou pelo braço. Ela olhou para trás sentindo a pele quente dele tocando na sua e parou. Ele a olhou profundamente e a abraçou. Suas mãos tocavam sua cintura, subindo delicadamente pelas costas até chegar ao seu pescoço. Ele sussurava em seu ouvido palavras que ela não conseguia entender de uma forma hipnótica e doce. Ele aproximou seus lábios dos dela e a beijou tão intensamente até ela sentir o gosto de seu próprio sangue em sua lingua. Abraçaram-se mais forte e então ela esqueceu da visão, do medo e da onde estava. Apenas sentiu sentiu que os dentes dele mordiam a linha dos seios acima do decote. Mas ela não sentia dor, apenas prazer. A sensação era quente, preenchendo-a com a batida de seu coração. Depois ele a beijou novamente e partilharam o sangue dela. Ela gostara do sabor, doce e quente. Ela lambia os lábios dele, sentindo o restante. E então ouviu a voz dele falar em seu ouvido: Quer mais? Aqui tudo é seu!

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