Poe, o Gato e o Corvo.

Tenho uma ligação com Edgard Alan Poe desde adolescente. Seus textos tem tanta profundidade que chegam a dar medo. Isso porque ele consegue escrever de uma forma que leva o leitor além do texto. Faz você entrar na história, sentir o arrepio ao ver o gato preto e ao ouvir o bater das asas do corvo.

Hoje vários dos romances de terror tem uma "pitadinha" de Poe. Seja o corvo em "Vampire Diaries" ou a forma como Poe descreve o amor, de uma forma tão intensa e cheia de sofrimento.

Na sua poesia " O dia Mais Feliz" ele narra exatamente isso. Toda a sensação de amor e dor, tão unidas como a vida e morte. Porém por mais "dark" que Poe possa parecer, eu o acho um romântico incorrigîvel.

Para mim Poe sempre foi uma referência literária. Adoraria que meu estilo se aproximasse um pouco do seu. Misterioso, sexy, intenso e as vezes um pouco maldoso. Porém sem nunca perder a doçura e a sensibilidade.

Todos os seus personagens possuem uma capacidade sobre-humana de sentir, de ir além do esperado e os desfeixes de suas histórias sempre são surpreendentes.

Portanto, fico feliz quando ouço alguém falar de Poe, ou quando vejo alguma coisa na mídia que me faça lembrar um pouco dele.

Espero que isso continue. :)

Uma poesia dele, que remete um pouco a mim.



Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alva
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.



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